quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eterno abutre

Eterno abutre

Enterro seu corpo agora... Uma parte de mim irá com ele. O pouco que me resta não passa de farsa...
Um dia fui feliz? Me pergunto o tempo todo desde que você se foi... Desde que a tampa do caixão fechou e a terra e os vermes, começaram aos poucos engolir o seu corpo, antes marcado por mim.
Ainda sinto o cheiro do sangue e vejo os arranhões das paredes. Você não queria não é querida? Mas eu lhe mostrei que também poderia satisfazê-la e sentir o que a de melhor... Mas você não sentiu e seus gritos me enlouqueciam.
Qual era o problema? Só queria penetrá-la e ouvi-la gemer durante parte da noite. Ora... Porque não se comportou, meu amor? Era só ter sido boazinha. Bem que seus pais lhe avisaram, mas flores e promessas de amor sempre resolviam nossos problemas.
A levei para jantar, enquanto você escondia o roxo, perto dos olhos com sua maquiagem clara. Era meu anjo... Sempre muito boa com desculpas... Ótima idéia de dizer que havia se acidentado na quina da mesa...
Mas o que me restou agora? Apenas as peças de roupas cujo fiz questão de guardar em uma caixa, enquanto relembrava nossas noites...
Ainda a ouço gritar... Mas entenda... Não posso simplesmente parar. Assim sou eu, apenas um instrumento divino.


               

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